Destinado a uma primeira-obra de qualquer das secções do festival, será um prémio no montante de dois mil euros, resultante de uma parceria entre o Doclisboa e a Midas Filmes (em nome da família do cineasta).

Nome maior do cinema novo português dos anos 60 – desde logo com filmes como Belarmino e Uma Abelha na Chuva – Fernando Lopes foi também e sempre alguém muito atento aos novos cineastas de sucessivas gerações e um entusiasta do documentário. 

O Júri do prémio será constituído por Margarida Cardoso, uma realizadora cujo percurso Fernando Lopes sempre acompanhou, Alice Milheiro, que começou a trabalhar na RTP tendo o realizador como seu primeiro director, e Sofia Lopes Machaqueiro, neta mais velha do cineasta e fundadora do Alvalade Cineclube.

A Midas Filmes teve a felicidade de desde sempre ter contado com a generosidade de Lopes, sobre quem produziu um documentário realizado por João Lopes (Fernando Lopes, Provavelmente), e um trabalho do cineasta sobre o seu amigo e pintor Michael Biberstein, também já desaparecido. 

A iniciativa deste prémio é uma das muitas que estamos a preparar em conjunto com a família do realizador e que passará já em Dezembro próximo pela edição em DVD de 13 filmes curtos do realizador, produzidos entre 1961 e 1977, e que será uma forma de continuar a lembrar e honrar o seu nome, mas sobretudo de alertar para a urgência da digitalização e da divulgação permanente da sua obra, que lamentavelmente tem vindo a ser esquecido por quem devia assumir essa responsabilidade.

Fernando Lopes não foi apenas um grande cineasta, um homem aberto e generoso para com os seus colegas cineastas, foi uma figura inesquecível e fundamental da cultura e da vida portuguesa dos últimos cinquenta anos e a sua obra, os seus filmes, não serão esquecidos. Este prémio será também para isso.