24 Fevereiro 2023
João Canijo, MAL VIVER e VIVER MAL celebrados em Berlim
Com a estreia na Competição de MAL VIVER na noite de quarta-feira 22, e a de VIVER MAL na Competição Encounters ontem, o trabalho de João Canijo, das suas actrizes e actores e equipa, tiveram em Berlim uma recepção entusiástica, assim se confirmando que a apresentação destes dois filmes é um dos grandes acontecimentos do festival.
Não apenas nas muitas sessões já esgotadas, como pelo calor de que foi rodeada a presença de uma larga comitiva, em que se integraram as actrizes Anabela Moreira, Rita Blanco, Madalena Almeida, Cleia Almeida e Vera Barreto, centrais em MAL VIVER, e Leonor Silveira, Beatriz Batarda, Nuno Lopes, Rafael Morais, Carolina Amaral e Lia Carvalho, protagonistas de VIVER MAL. Bem como a directora de fotografia Leonor Teles.
Entusiásticas foram também as reacções de grande parte da imprensa internacional, e de distribuidores e directores e programadores de festivais de diferentes países.
Os filmes estão a ser distribuidos internacionalmente pela Portugal Film, com o interesse de mais de uma dúzia de países a ser concretizado.
O festival de Berlim terá amanhã, sábado ao final da tarde, a cerimónia de entrega dos prémios.
Naquele que é indiscutivelmente um dos mais ambiciosos empreendimentos artísticos dos anos mais recentes, João Canijo construiu um projecto fascinante.
Um drama psicológico comovente e provocatório que visa a natureza fundamental da existência humana, tecendo uma sedutora história de identidade, vista pelo olhar de cinco mulheres.
Uma extraordinária obra-prima em duas partes, termo que não uso com ligeireza, porque é certamente uma descrição adequada do exame que Canijo faz da vida como ela é e sempre foi, o que é a conclusão assustadoramente bela a que chegamos no final destes dois filmes.
Matthew Joseph Jenner, International Cinephile Society
Um elenco de atrizes em estado de graça serve de combustível para o projeto, que é um experimento dos mais vigorosos no Velho Mundo. Mal Viver, fortíssimo na disputa do Urso de Ouro, é um dos filmes mais maduros de Portugal na cena dos festivais europeus.
O Estado de S. Paulo, Rodrigo Fonseca
Um fascinante exercício de realização cinematográfica em campo-contracampo.
Lee Marshall, Screen (Reino Unido)
O díptico Mal Viver e Viver Mal, de João Canijo foram mostrados finalmente. Juntos são e devem ser entendidos como um só filme, é assim que faz sentido olhar para este projeto.
Em Viver Mal, acompanhamos os hóspedes e a sua infelicidade e, em Mal Viver, a família que gere o hotel, em especial mãe e filha em conflito latente. Um sufoco que desta vez está iluminado pela luz de Leonor Teles. Ao mesmo tempo, é filme(s) de atores: Anabela Moreira é gigante, Madalena Almeida uma revelação, Leonor Silveira melhor do que nunca e Beatriz Batarda diferente de tudo o que dela se viu.
Rui Pedro Tendinha, Diário de Notícias (Portugal)
Uma notável experiência formal. E acima de tudo, a esta complexidade da narrativa e a complexidade das personagens, junta-se o rigor formal da realização dando assim corpo à qualidade de Mal Viver. O filme paralelo Viver Mal é apenas uma espécie de adição, um suplemento, uma experimentação formal que aprofunda o tema dos dois filmes, mas de uma forma formalmente muito interessante e inusitada.
FilmStart (Alemanha)
Tour de force de realização, Mal Viver é na realidade a metade de um diptíco. O outro tomo, baptizado Viver Mal. Não é preciso ver este outro filme para apreciar o primeiro, mas é verdade que eles se enriquecem mutuamente. Exigente mas fascinante, este retrato colectivo ganha em ser visto e admirado na sua totalidade e toda a sua ambição.
Gregory Coutaut, Polyester (França)
Canijo examina a maternidade como misantropia num magistral miasma familiar.
Ion Cinema, (Canadá)
Os filmes são impulsionados por um tremendo conjunto de actores e uma imagem impressionante. Com estes dois filmes, Canijo construiu um belíssimo díptico cinematográfico sobre o desespero individual. Convém ver ambos os filmes de seguida, porque a beleza da sua simetria só se revela verdadeiramente quando se vê de novo.
Com composições marcantes e uma paleta de cores hipnoticamente rica, a directora de fotografia Leonor Teles criou imagens de duradoura beleza.
Zhuo-Ning Su, Awards Daily (EUA)